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22/05/2018

BIOGÁS: PROPOSTA METODOLÓGICA

 
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Este trabalho foi apresentado no Encontro de Professores de Biologia, realizado na USP, em 1997.

O trabalho foi realizado como Projeto, na ETE Polivalente de Americana, vinculando-se à Escola do Futuro, da USP.

Pretendemos, com sua divulgação, sugerir atividades de permitam, nas disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, incentivar o protagonismo juvenil em sala de aula, conforme se espera que aconteça frente às novas características do Ensino Médio.

O trabalho foi originalmente realizado pelo grupo de professores abaixo, e relatado no Encontro pela autora deste artigo.

Maria Angela P. R. Innocente,Neyde Ciampone de Souza, Maria Elizete Luz Saes Edna Nogueira Ardito (CEETEPS - ETE Polivalente de Americana)


Introdução

No segundo semestre de 1996 foi desenvolvido o Projeto Biogás, com alunos de primeiras e segundas séries, dos cursos Têxtil, Processamento de Dados e Mecânica.

A execução deste projeto possibilitou a facilitação da aprendizagem, pois diversos conteúdos puderam ser concretizados, aplicados e relacionados.

O Ensino de Química apresenta uma série de aspectos problematizantes, tais como: dificuldades ao nível cognitivo, pois muitos conteúdos exigem abstração e raciocínio lógico;dificuldades no desenvolvimento de habilidades, o que, no entanto, pode ser contornado através de atividades práticas;dificuldades na aplicação dos conceitos, onde a problematização propiciada pelo Projeto Biogás atuou como possibilidade de resolução; dificuldades na contextualização e concretização, que podem ser minimizadas com abordagens multidisciplinares.

Além disso, falar não é o mesmo que vivenciar, o que foi proporcionado pela execução do projeto.


Desenvolvimento

A análise dos problemas ambientais envolve conceitos de várias disciplinas, entre outras, Química, Biologia, Física, História, Geografia, Sociologia.Os conceitos de cada uma delas precisam ser aplicados na análise multidisciplinar destas questões.

Particularmente à Química, há possibilidade de desenvolver, aplicar e aprofundar os conceitos de energia, reações químicas, conservação de matéria, compostos orgânicos, compostos naturais, reaproveitamento de resíduos, entre outros.

É relevante salientar a crescente informatização da sociedade, que possibilita a informação dos alunos e o desenvolvimento de habilidades.

Analisando-se o exposto na introdução e acima, a Escola do Futuro - USP, propõe a introdução de novas metodologias e recursos didáticos e a utilização de redes eletrônicas em educação. Às escolas participantes do projeto foi solicitado o envio dos dados da pesquisa, via Internet, e no final foram apresentados os resultados das pesquisas via relato oral.

A execução do projeto envolveu a medida diária do volume de biogás produzido através da fermentação anaeróbia à temperatura ambiente de inoculo fornecido pela Escola do Futuro. Foi ainda produzido um vídeo do funcionamento de um biodigestor in locu, construído de forma empírica pelo “Seu João”, emigrante Leto. Na oportunidade “Seu João” falou sobre questões políticas ligadas à Segunda Guerra Mundial, que determinaram sua emigração para o Brasil, sobre os costumes e folclore de sua terra natal e dificuldades encontradas ao chegar a Nova Odessa, município onde reside até hoje. A construção do Biodigestor ocorreu para solucionar alguns problemas energéticos do sítio.

Desta forma, houve interesse dos alunos no aprofundamento de questões que envolvem a digestão anaeróbia por diversos grupos de bactérias, tanto mesofílicas quanto termofílicas, análise da eficiência da digestão da matéria orgânica de origem animal e vegetal, os processos químicos e bioquímicos envolvidos, bem como a possível utilização dos biodigestores, como fonte alternativa de energia e possível solução para o reaproveitamento do lixo e do vinhoto, levando os alunos a repensarem valores como a utilização do conhecimento humano, ética e cidadania.

Numa abordagem multidisciplinar, foi possível trabalhar conceitos de Química, Biologia, História, Português, pois os alunos produziram, além das atividades já citadas, o relatório da pesquisa e o vídeo do biodigestor do “Seu João”.


Conclusão

A oportunidade de vivenciar os conteúdos, relacionando teoria e prática e a contextualização permitem aos educandos o desenvolvimento de uma fluência na utilização de conceitos.

O emprego de métodos mais atraentes funciona de forma eficiente na facilitação da aprendizagem e na abordagem crítica da problemática ambiental.

A avaliação que se faz sobre o projeto é que assuntos aparentemente áridos podem se tornar atraentes e serem estudados de maneira profunda, quando abordados sob enfoque multidisciplinar, respeitando a autonomia e o ritmo dos alunos.

Maria Ângela Paié Rodella Innocente*

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